A alimentação deve garantir um aporte adequado de elementos essenciais à vida. Ela deve conter as calorias necessárias, as vitaminas em doses normais, além de quantidades adequadas de carboidratos, gorduras e proteínas.
Em algumas situações as pessoas não conseguem ingerir alimentos adequadamente e começam a perder peso, podendo chegar à desnutrição. Todos os esforços devem ser realizados para evitar a desnutrição, pois esta é muito danosa ao organismo e, em alguns casos, fatal. Uma das formas de se evitar o quadro extremo de desnutrição é a dieta enteral, realizada através de uma sonda flexível que levará o alimento direto ao estômago ou intestino sem necessidade de mastigação e deglutição.
SONDAS DE ALIMENTACAO
As sondas comumente utilizadas são as sondas nasoenteral e a gastrostomia. A sonda nasoenteral é introduzida pelo nariz do paciente por uma equipe especializada. A introdução pode ser feita com o paciente acordado e, nesse caso, deve ser conferida, em seguida, a posição correta da sonda com Raio X para evitar complicações. Outra maneira é posicionar a sonda nasoenteral através de endoscopia com o paciente sedado.
A gastrostomia, por sua vez, é um procedimento endoscopico-cirúrgico, no qual o médico posiciona uma sonda diretamente no estômago através de um orifício entre o estômago e a pele. A gastrostomia permite a alimentação do paciente de forma temporária ou definitiva.
DIETAS ENTERAIS
Após garantir a via de alimentação, o especialista em terapia nutricional vai escolher a melhor dieta a ser prescrita para o paciente.
Hoje dispomos de vários tipos de dietas específicas, prescritas de acordo com a doença e estado nutricional de cada paciente, de maneira muito criteriosa.
É preciso saber exatamente o que injetar na sonda, calculando-se a quantidade de calorias, gorduras, proteínas, vitaminas e água, de modo a evitar a falta ou excesso de nutrientes, pois ambos são danosos.
As dietas são divididas em dois tipos: Artesanal ou Industrializada. Na artesanal prepara-se os alimentos normalmente, em sua forma natural e, em seguida, são liquidificados e coados.
É necessária uma completa combinação de alimentos para garantir que a dieta seja equilibrada e completa e, muitas vezes, deve se associar um polivitamínico. O acompanhamento de uma equipe nutricional é necessário para orientar o preparo. É uma dieta mais trabalhosa devido aos preparos dos alimentos e tempos de infusão, mas pode ser realizada.
Já a industrializada é uma dieta pronta para uso, balanceada em todos os nutrientes e que, normalmente, garante todas as necessidades. Existem vários tipos de dietas industrializadas, o que nos permite realizar uma intervenção mais individualizada. Essas dietas podem vir com mais ou menos calorias, com ou sem fibras, médio ou alto teor de proteínas ou nutrientes específicos para o momento daquele paciente.
Deve-se estabelecer os horários das alimentações para evitar grande quantidades em uma única vez devido ao risco de vômitos ou diarréias. Pode-se estabelecer, por exemplo, 5 ou 6 vezes ao dia com descanso durante noite.
Caso um paciente esteja em risco nutricional, como diminuição acentuada da alimentação por 5 dias, doenças graves ou perda importante de peso (perder 10 % do peso em seis meses devido à alguma doença), desnutrição etc, deve se iniciar e evoluir lentamente a dieta, pois o contrário, pode desencadear uma doença grave chamada Síndrome de Realimentação.
Por isso, todo inicio de dieta e sua programação de aumento devem ser feitos por um profissional habilitado. Avaliações frequentes devem ser realizadas para verificar o estado nutricional do paciente, pois se constatado que não houve melhoras neste estado ou a ocorrência de diarreia, vômito e distensão abdominal, mudanças da dieta devem ser feitas imediatamente.
Dr. Marcio Henrique Alves
45.315 CRM-MG
