Câncer de Intestino

Cancerintestino

Índice

O intestino compreende duas grandes partes, uma mais fina (intestino delgado) e uma mais grossa (intestino grosso) que envolve o cólon e sua porção final chamada reto. O câncer do intestino delgado é muito raro. Já o câncer colorretal que acomete o cólon e reto é bastante comum.

Segundo dados do Instituto do Câncer a estimativa para o Brasil em 2017 excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é de 420 mil casos novos de câncer. Entre esses o câncer colorretal é o terceiro mais comum em homens perdendo apenas para o câncer de próstata e pulmão, enquanto nas mulheres é o segundo mais comum, perdendo apenas para o câncer de mama.

Mas o que chama nossa atenção é que se trata de um câncer que pode ser prevenido com exame de rotina, mostrando que a prevenção tem sido precária entre nós.

A doença começa como lesão benigna chamada pólipo que é como uma verruga que nasce no intestino e vai evoluindo lentamente até transformar-se em um tumor maligno.

O tipo mais comum de pólipo chamado de adenoma apresenta um tempo estimado para essa transformação de dez anos. Porém alguns pólipos de outro tipo, chamados de serrilhados não obedecem a esse tempo e podem sofrer a transformação maligna em tempo menor.

Até a fase do câncer precoce essas lesões podem ser removidas pela colonoscopia. A medida que a lesão cresce e sofre transformação maligna a cirurgia passa a ser necessária.

Por isso podemos dizer que o câncer de intestino é traiçoeiro, na fase inicial costuma não dar sintomas e quando se manifesta o tumor já está relativamente grande.

Os sintomas quando presentes dependem da localização do tumor. Do lado direito pode haver apenas anemia, fraqueza e alteração do habito intestinal e dor abdominal. Do lado esquerdo pode haver alteração do ritmo intestinal principalmente com prisão de ventre e dor abdominal. Já no reto é mais comum haver sangramento, sensação de peso, vontade periódica de ir ao banheiro e sensação de evacuação incompleta.

Portanto qualquer indício de sangramento, anemia, alteração recente do hábito intestinal com diarreia ou constipação devem ser investigados. Mas nesta fase tem grande chance do câncer já está avançado. O ideal portanto é iniciar a pesquisa antes dos sintomas.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA O CANCER COLORRETAL?

  • Fumar
  • Consumir bebidas alcoólicas
  • Ter sobrepeso ou obesidade
  • Consumir alimentos muito calóricos e carnes vermelhas
  • Consumir carnes de qualquer tipo, preparadas na chapa, na fritura ou churrasco, carnes defumadas e ainda embutidos de forma geral
  • Consumir pouca quantidade de frutas, legumes, verduras e cereais integrais
  • Ser sedentário

COMO PREVENIR O CANCER COLORRETAL?

HABITOS DE VIDA SAUDÁVEL

  • Praticar atividade física regularmente
  • Alimentação variada com 3 porções de frutas e verduras ao dia e preferir cereais integrais
  • Beber pelo menos 2 litros de água por dia
  • Reduzir o consumo de carne vermelha (500g por semana)
  • Evitar carnes salgadas e processadas (presunto, mortadela, linguiça, bacon, salsicha, embutidos e defumados
  • Não consumir bebidas alcoólicas e não fumar

RASTREAMENTO DE LESÕES EM FASE PRECOCE

Pesquisa de sangue oculto nas fezes

  • Detecta presença de sangue não visível nas fezes. Por não ser especifico para o câncer, é utilizado como triagem para grandes populações quando o exame de colonoscopia e pouco acessível.

COLONOSCOPIA

O exame endoscópico foi o maior avanço no conhecimento das doenças do tato digestivo.

É o principal exame preventivo, capaz não só de diagnosticar mas de evitar o aparecimento do câncer.

Neste exame é utilizado um aparelho endoscópico flexível com uma câmera na extremidade para visualizar internamente todo o intestino grosso

O exame é capaz de identificar a presença de pólipos, ainda pequenos e benignos e é capaz de removê-los antes que sofram a transformação para o câncer. Se todos os pólipos encontrados forem ressecados ainda na fase precoce, é possível eliminar o risco do câncer colorretal.

QUANDO INICIAR A INVESTIGAÇÃO (RASTREAMENTO) DO CÂNCER COLORRETAL?

Na população geral o exame deve ser realizado aos 50 anos, idade em que é mais comum o surgimento de pólipos.

Alguns grupos apresentam maior risco e devem fazer o exame antes:

Ao apresentar sintomas, deve-se realizar o exame imediatamente
Parentes de primeiro grau de pacientes que tiveram câncer colorretal devem realizar o exame 10 anos antes da idade em que o familiar teve o câncer
Antecedente pessoal ou familiar de câncer de ovário, endométrio, mama e tireoide deve começar aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que ocorreu o câncer
Antecedente de doença inflamatória intestinal, deve iniciar a partir de 7 anos do diagnóstico da doença
Portadores de síndromes genéticas familiares (Polipose Adenomatosa Familiar, Síndromes de Lynch e outras) devem iniciar precocemente com indicações específicas para cada caso.

O CANCER COLORRETAL TEM CURA

Quando identificados os pólipos pela colonoscopia, eles podem ser ressecados durante o próprio exame, utilizando pinças e alças que passam por dentro do aparelho e retiram o pólipo de forma indolor para o paciente levando à cura.

Mesmo quando já tiver havido focos de transformação para o câncer, porém em estágio precoce, o pólipo pode ser ressecado e curado pela colonoscopia.

Quando já estabelecido o câncer, na sua fase inicial, mesmo não sendo mais possível a ressecção pela colonoscopia, a chance de cura é alta através da cirurgia. Já nos estágios mais avançados, os tratamentos mais indicados são a radio e a quimioterapia.

Portanto quanto mais precoce for realizado o diagnóstico maior a chance de cura.

Dra Priscilla Dias Silva Abrahão

Gastroenterologista – Especialista em endoscopia digestiva

CRM: 46191

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